Esporotricose e Leishmaniose foram doenças abordadas na Campanha de Prevenção às Zoonoses no HVU

O evento contou com exposição sobre a esporotricose, além de testes de Leishmaniose para cães.

O sábado foi de prevenção e muita informação no Hospital Universitário Veterinário da Universidade Estadual do Maranhão (HVU-UEMA) acerca das zoonoses Esporotricose e Leishmaniose. A ação foi organizada pelo Projeto de Pesquisa Esporotricose Felina, do Grupo de Estudos em Medicina Felina (GEFEL), e pelo Grupo de Estudos em Higiene e Saúde Pública (GEHSP), com apoio do HVU. O evento contou com exposição sobre a esporotricose, além de testes de Leishmaniose para cães.

A coordenadora do Grupo de Estudos de Felinos e do Laboratório de Micologia, professora Larissa Sarmento, falou sobre a importância da ação. “Esse trabalho visa a conscientização dos tutores em relação à esporotricose, que é uma doença muito grave que acomete os felinos, e que também pode causar lesões nos humanos, por meio de arranhaduras e mordedura do felino acometido pela doença. Nos gatos, o fungo se adapta muito bem. Nas lesões, há uma grande carga fúngica. É importante que haja o conhecimento dos tutores em relação aos riscos à saúde do animal e dele próprio”, reforça.

A estudante Juliana Sá Vitor, do 6º período de Medicina Veterinária, falou sobre o projeto de extensão. “Nesse projeto a gente visa conscientizar as pessoas, principalmente tutores de cães e gatos a respeito da esporotricose, que é uma doença que pode passar do animal para o humano. O projeto visa pegar essas informações da forma mais simplificada possível e repassar para eles. Trouxemos essa ação para o HVU para tentar aumentar mais o alcance do público e reforçar que a esporotricose é uma zoonose que tem cura”, frisou.

A estudante do 8º período Camila Nascimento, diretora administrativa do GEFEL, mencionou a atuação do grupo. “Somos um grupo que surgiu na pandemia, em 2020. E, desde então, já proporcionamos vários projetos, palestras sobre as principais doenças que acometem os felinos.  Batemos na tecla que a esporotricose tem cura, apesar do tratamento demorado”, explicou.

O Grupo de Estudos em Higiene e Saúde Pública (GEHSP) coordenado pela professora Lenka Lacerda realizou 15 testes de leishmaniose em cães, nove testaram negativo e seis positivo para a doença.

O estudante do 4º período Adonias Rocha, membro do GEHSP, destacou a importância de falar sobre a doença. “A leishmaniose também é conhecida como calazar. É uma doença recorrente no Maranhão, por ser uma doença tropical. Muitos cães são infectados nesse período de seca. Tivemos a iniciativa do projeto para conscientizar os tutores sobre manejo e tratamento da doença. Muitos tutores não sabiam que a leishmaniose tem um tratamento certo. Muitos pensavam que a eutanásia era a única solução. Graças a esse projeto, acabamos mudando um pouco a percepção dos tutores com relação à doença”, explanou.

DEPOIMENTOS

Dona Celene Couto Castelo Branco, tutora de quatro gatos, contou sua história de luta e superação com o seu gatinho Luke, que segue, com sucesso, o tratamento contra esporotricose. No dia da ação, estava, acompanhando a irmã, que veio do município de São Bernardo.

“Nós trouxemos a Princesinha de São Bernardo porque eu já tenho um gatinho que faz tratamento aqui, o Luke. Inclusive, hoje está fazendo três meses que começamos o tratamento de esporotricose. Quando eu trouxe pra cá, ele estava num estado bem delicado, inclusive achei que não tivesse cura pra ele. Mas, a doutora Luana me deu muitas possibilidades de tratamento, e disse que tinha cura e que podia começar o tratamento, e com três meses ele estaria melhor, e graças a Deus ele está bem melhor”, comemorou emocionada.

Assim que soube que a gatinha da irmã estava com os mesmos sintomas do Luke, dona Celene instruiu a irmã para que viesse ao HVU.   

“Por isso falei com minha irmã pra ela trazer o dela, que pelas características também fosse esporotricose. Estamos felizes e sabemos que o melhor procedimento é o tratamento. A gente não pode pensar logo em sacrificar porque a gente precisa dar uma chance para esses animais. E eles só precisam de atenção, carinho e disposição do tutor. A ação é fundamental, magnífica porque estimula muito o tutor a vir conhecer”, concluiu dona Celene.

A irmã de Dona Celene, Célia Couto Castelo Branco, veio de longe para garantir atendimento à gatinha Princesa e não se arrependeu. “Amei, estou adorando. Tô gostando muito. Minha gatinha vai melhorar com essa medicação. Tenho 17 gatinhos e dois cachorros. Eles estão bem só a Princesa que tá doente” finalizou.  

A tutora Artenisia Pinheiro Costa também aprovou a ação no HVU.  “Ouvi agora pela primeira vez sobre a esporotricose. Fiquei preocupada porque é uma coisa que eu nem conhecia e aparenta ter sintomas graves, se não tratado. Minha gatinha tá com uma feridinha na pata, mas espero que não seja. Achei a ação muito boa porque tem tanta coisa que a gente não sabe, e a informação é muito relevante. A gente se manter informada é muito importante”, frisou.