Com o período chuvoso intenso, tende a aumentar o número de casos da doença Leptospirose, uma zoonose infecciosa causada pelo contato com a urina de animais infectados pela bactéria Leptospira, principalmente ratos, ou ainda, através de contato com solo ou água contaminados.
A água acumulada nas enchentes e inundações pode conter urina de animais contaminados, e em contato com humanos, pode transmitir a leptospirose, e ocasionar surtos da doença. É importante ter cuidado também quando o nível da água baixa, pois a bactéria pode permanecer ativa nos objetos que tiveram contato com a água contaminada.
A Leptospira pode acometer os rins de diversos animais, e não causar nenhum dano ou sintoma. Mas, quando eliminada pela urina pode ser transmitida para os humanos. A doença está relacionada à precariedade de infraestrutura sanitária. Por esse motivo, a Organização Mundial de Saúde (OMS) trata a leptospirose como uma doença infecciosa relacionada à pobreza.
Cachorros também podem ser infectados pela bactéria Leptospira e transmitir a leptospirose para humanos, por meio da urina e do sangue. Por isso, é importante manter a carteira de vacinação do animal em dia. Os cachorros precisam ser imunizados com a vacina Poliviral, que protege contra várias doenças, inclusive a leptospirose. A vacina deve ser aplicada a partir dos 45 dias de vida, e seguem com mais duas ou três doses, com intervalo de 21 dias. Posteriormente, é feito o reforço anual.
A leptospirose pode ser dividida em duas fases: precoce e tardia. Na fase precoce, pode apresentar como principais sintomas: febre, dor de cabeça, dor muscular, falta de apetite, náuseas e vômitos. Podem surgir ainda quadros de olhos e peles amarelados, urina mais escura e em menor quantidade. Nos casos mais graves, o paciente pode desenvolver a síndrome de Weil, caracterizada pela icterícia, complicações e insuficiência renal e hemorragias, principalmente pulmonar.
Em caso de surgimento dos sintomas, mesmo na fase precoce, o médico deve ser procurado. Na fase tardia, os pacientes precisam ser hospitalizados imediatamente. Alguns casos precisam realizar hemodiálise. A alta de letalidade para os casos graves é alta, por volta dos 40%. Por isso, para evitar complicações da doença, é recomendado procurar atendimento médico logo no início do surgimento dos sintomas.
O diagnóstico da doença é feito a partir de exame de sangue. O tratamento da leptospirose é feito por meio de antibióticos. O paciente deve seguir as orientações médicas e garantir uma boa hidratação.
PREVENÇÃO
Medidas básicas de higiene são fundamentais para a prevenção da leptospirose. Dentre os cuidados que precisam ser tomados estão: embalar bem o lixo que vai ser descartado; lavar bem os alimentos, especialmente frutas e verduras que serão consumidas cruas; manter a vacinação do animal em dia; sempre limpar as vasilhas de água e comida do animal; evitar contato com água e lama de enchentes; evitar entulhos e acúmulo de objetos nos quintais; limpar e desinfetar a caixa d’água; dentre outras medidas.